Erro nº 1
Saco vazio não para em pé
Se esse hábito faz mal para os adultos, o que dizer na infância. Já está provado por A mais B que o café-da-manhã pode fazer muita diferença no decorrer do dia. E, quanto mais variada for essa primeira refeição, melhor, pois são esses alimentos que fornecerão energia para os estudos e as brincadeiras até a hora do almoço. Quem não começa a jornada diária se alimentando bem pode ter a concentração prejudicada e aumentar a sensação de cansaço e indisposição. O que acontece é que o cérebro precisa de glicose para funcionar. Essa substância é produzida pelo corpo depois da ingestão por meio de alimentos ricos em carboidratos, como o pão e cereais. Além desses, queijos, leite e frutas também fazem parte das fontes de energia. Incentive a molecada a adquirir esse hábito, de preferência tomando o café junto com eles. As refeições em família são importantes para meninos e meninas aprenderem sua real importância.
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Erro nº 2
Refeição distraída
E não é só a tevê que entra aqui. Videogame e computador também despontam como vilões da atenção dos pequenos na hora da refeição. Para o pediatra Fábio Ancona Lopez, "o problema de comer enquanto a atenção está voltada para o que passa na tevê, brincadeiras ou jogos é que, nesse momento, o sistema nervoso está ligado à imagem e isso se torna mais importante que o paladar. Assim, a criança come mais do que precisa, sem perceber". Não hesite em desligar o aparelho eletrônico, qualquer que seja ele. Lugar de se alimentar é na cozinha, e não no quarto ou na sala, onde há muitas distrações que podem influenciar no apetite infantil.
Erro nº 3
Comida não foge!
A pressa é a inimiga da perfeição, diz o ditado popular. E ainda mais quando se trata das crianças, que estão sempre com pressa de brincar. Na euforia de não perder um minuto sequer de diversão, elas praticamente engolem toda a comida. E é quando ela bate no estômago, rápida como um foguete, que o peso vai para o espaço. Acontece que o cérebro demora aproximadamente 20 minutos para processar a satisfação da pessoa. É nesse momento que o hormônio da saciedade, denominado PYY, dá as caras. Isso significa que é preciso comer mais até a cabeça entender que seu corpo já ingeriu o suficiente. A solução para o caso é simples: "Ensine a criança a diminuir a quantidade de alimento por garfada", orienta Rose. Também vale fazê-lo mastigar mais vezes antes de mandá-la para dentro.
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Erro nº 4
Só um golinho
Seja suco, água ou refrigerante, é comum ver algumas crianças alternarem um golinho de líquido entre uma mastigada e outra. Nos dois primeiros casos não é de todo mal ingeri-los no momento da refeição, desde que seja no final dela e em pouca quantidade. O excesso de líquidos pode diluir o suco gástrico, fundamental na digestão e com isso dificultar o processo. Outro perigo é dilatar o estômago, o que faz a criança comer mais. Portanto, nada de bebidas no meio da alimentação. Somente as ofereça à criançada quando eles terminarem de se alimentar. Essa espera pode até ajudar na digestão. Mas atenção: não ultrapasse a quantidade de 200 ml, o equivalente a um copo.
DIETA DOS PEQUENOS O diagnóstico confirma: a criança está obesa. Hora de começar a dieta, certo? Antes de qualquer coisa, é preciso saber que há muitas diferenças no tratamento de obesidade na idade adulta e na infância. "Não fazemos dietas restritivas em crianças. Adequamos o que ela come de maneira que passe a ganhar mais altura do que peso e, ao final de um determinado período, haja equilíbrio entre os dois", esclarece o pediatra Fábio Ancona Lopez. "A redução de alimentos é gradativa, até atingir o tamanho da porção indicada para a idade. De modo geral, é preciso reduzir o consumo de alimentos calóricos e guloseimas, beliscos entre as refeições, substituir os sucos artificiais por água, além, é claro, de estimular o consumo da alimentação variada no dia-a-dia", orienta Rose Vega Patin. Essas medidas não significam proibir alimentos, apenas restringi-los para consumo esporádico. "Ele pode ir a aniversários e comer bolo, brigadeiro, porém, no dia seguinte, é preferível que consuma frutas e diminua o volume do prato", ensina Lopez. |
Erro nº 5
Filho de peixe...
Entre uma pizza e um prato de brócolis, o que você prefere? Pois é, com a criança não poderia ser diferente. Se os pais não têm o costume de comer certos vegetais, com certeza, os pequenos também não. E esse é um grande erro para toda a família. "Incentive o consumo das frutas e vegetais que as crianças gostam ou faça-o experimentar coisas novas. Essas são formas eficazes de introduzir esses alimentos na rotina familiar", orienta Rose, da Unifesp, que dá outra dica: "Tente também modos de preparo diferentes". Lopez complementa: "Não adianta oferecer os mesmos produtos para as crianças. A alimentação tem que variar. Os pais precisam investir naqueles de época e não nos que estão fora. Além de custarem até três vezes mais, a qualidade não é tão boa".